5.9.07

mas, vovó...

Uma senhora nos aborda no meio da rua se dizendo caixa do banco da Vovó. Conta que está com um problema de dinheiro, pergunta se a Vovó não pode dar uma ajuda, promete devolver tudo direto em conta. Vovó não nasceu ontem. Tira a espertalhona de letra. Trabalha no banco, é? E em qual caixa? No onze? Ah, sim. E o que houve com seu dinheiro? O marido bebeu? Coitada, marido que bebe é um castigo. Não, não chore, senhora. Senhora? Ângela, ah, sim, prazer, Sra Ângela. Bom, de quanto a senhora precisa? (Vovó começa a me deixar nervosa) Quinhentos? Ah, que pena, só tenho trezentos. Já ajuda? Então está ótimo. Só um minutinho, sra Ângela, o fecho desta bolsa é muito difícil. Me ajude aqui, minha filha. É hora de interferir: mas, Vovó... ( Vovó me interrompe com um cutucão) Vamos, menina, a Sra Ângela está esperando. Mas, Vovó... ( Vovó me interrompe...) Pronto, sra Ângela, aqui está. Mas, Vovó... ( Vovó me ...) Pague quando puder, não se preocupe. Passe lá em casa depois para um chazinho. Vcs têm meu endereço no banco, não? Então até breve, sra Ângela. Mas, Vovó... (...) Vovó! Como é que a senhora entrega seu dinheiro pra uma desconhecida? Desconhecida, não, eu e a sra Ângela somos amigas. Amigas de onde, Vovó? Do banco, ora. Mas, Vovó, o banco não tem caixa onze! Não tem? Ué, então em que caixa a Sra Ângela trabalha? Não trabalha, Vovó, a sra Ângela é uma golpista. Vovó nem se importa: bom, tomara que ela passe pro chazinho mesmo assim.