5.2.08

boatos, leitores, boatos

Andam dizendo que a cronista foi pular Carnaval na Sapucaí. Boatos, leitores, boatos. Imagina se a cronista ia sair por aí com um saiote que não fechava atrás, ombreira de palha enorme, pescoceira de plumas, lança de mais de dois metros na mão e chapéu de porco ou javali, vai saber. Dá pra acreditar na cronista pegando o metrô toda fantasiada em plena madrugada e andando não sei quanto tempo até chegar à concentração? Francamente, alguém acredita que a cronista ficou uma hora e meia em pé, sem água, sem comida, debaixo da maior chuva, esperando a vez de entrar na avenida? E que se não fosse uma sede insistente nem teria se importado? Dizem que a sede era tanta que a cronista até bebeu água de chuva, mas alguém acredita? Alguém imagina a cronista pulando feito louca na avenida, com o samba no pé e na ponta da língua? Dá pra crer que a cronista nem ligou pras câmeras de tevê e se plantou bem na frente da ala, rebolando pra todo lado e mandando beijos pra arquibancada? E que no final do desfile se disse pronta pra começar tudo de novo, e se não segurassem quase que ia mesmo. Dizem que a essa altura o calor era tanto que a cronista foi jogando lança pra um lado, cabeça de porco pro outro, que ia voltar pra casa sem nada quando se encantou com uma saia de baiana em formato de cavalo, com cabeça e tudo, abandonada por outra foliã. Pois há quem jure que a cronista vestiu o bicho e saiu cavalgando pela dipersão. E que só abandonou o cavalinho porque era grande demais pra entrar no bagageiro do táxi. Bom, pelo menos contam que a cronista voltou de táxi. Andar da Sapucaí até a Presidente Vargas depois de uma maratona daquelas seria mesmo mentira demais. Mas quem inventou a coisa toda garante que a cronista estava inteira e que ano que vem tá lá de novo. Quem quiser pode ir conferir, mas é besteira. Dizem coisas incríveis por aí, amigos leitores, não se deixem enganar. A cronista na Sapucaí? Nem em sonhos, queridos, nem em sonhos.