17.2.11

o japa dos meus sonhos

É famosa a queda da cronista por japoneses, chineses, coreanos, tailandeses, japas de todos os gêneros, olhinhos puxados de modo geral. Japa é japa, e a cronista há de ter um pra chamar de seu. A busca não é fácil, mas a cronista não desiste. Cansada de procurar por estas bandas, vem planejando uma investida in loco. Começou a estudar japonês, faz aulas de origami, taekwondo e shiatsu. Em casa, só anda com uns tamanquinhos de madeira, já se vendo nas ruas de Tóquio toda vestida de gueixa. Dá voltas e voltas na Lagoa, pra tirar de letra a Grande Muralha. Cuida de um bonsai, coitado, e toma chá todos os dias, mesmo odiando, pra não fazer feio na hora do ritual. A cronista está disposta a tudo e todos. Tem intenções tão sérias que considera até um lutador de sumô. Mas fique claro que não serve qualquer japa. A cronista sabe que só um é o dela. Às vezes, cansa da espera, xinga o destino, mas não desanima. Examina em detalhes todo japa que encontra, não perde o clima de agora vai. E nisso a cronista entra num boteco e pede uma coca. Tlês reais. O coração da cronista bate fraco, arrisca parar. O japa dos meus sonhos existe. Não é um samurai, nem veio montado num dragão chinês. Trabalha no pé-muito-sujo ali do lado e nunca vai me levar pra Xangai. Mas finalmente chegou.