23.11.06
vovó em paris
Se foi em Paris que Vovó andou de metrô pela primeira vez, foi também lá que pegou um táxi na metade da quadra pra ir até a esquina. Entrou no carro fazendo cara de dor e gemendo: mes jambes, mes jambes. Desculpou-se pela curta corrida, explicando que não tinha condições de andar até a Sainte Chapelle. O motorista, solícito, nem se importou de perder sua vez no ponto, até porque aproveitou para nos levar quase até a Sacré-Cœur. Em Paris, Vovó não aguentava mais de dez minutos nos museus (as pernas doíam muito), mas gastava horas e horas nas Galeries Lafayette. Vinha me encontrar no curso ao meio-dia, carregada de sacolas, já tendo passado a manhã na loja. Na parte da tarde, era eu quem carregava as compras, o que me rendeu um crônico problema na coluna. Nunca entendi como Vovó fazia para andar metade do dia carregando aquele peso. Provavelmente, despejava tudo em cima de um vendedor das galeries, gemendo: mes jambes, mes jambes. Não comprou nada pra si mesma, mas levou Paris inteira pros outros. Até o sobrinho da amiga da manicure estava na lista. Precisou de sete malas pra acomodar todos os presentes. Na hora de pesar a bagagem, não adiantou fazer o número das jambes, teve que pagar dois mil dólares de excesso. Mas isso é segredo, prometi não contar.
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16 comentários:
Ah! bem...Agora dá para entender: a outra é a vovó pobre, que encarna a faxineira de hotel.Esta é a vovó rica, a que vai às compras nas galleries parisienses para mimosear entes e aderentes queridos que ficaram à espera no Brasil! Viu como é cruel? Melhor uma tia Eufrasina...
Errado. Minha Vovó é uma só.
Euflásia!
agora deu pra reconhecer a vovó. a cronista so nao disse quantos presentes ficaram em paris.
Dois mil dólares de excesso e vc acha que ficou alguma coisa pra trás?
Essa vovó é um barato! Primeiro faz o serviço da faxineira, depois nao esquece o presente de ninguém, nem do sobrinho na manicure. Essa tem uma cobertura dupléx reservada no céu!
isso aqui ta um intercambio maravilhoso de gerações. Temos JC falando " D+ ", andré falando "um barato"...
"tudo visto" nos museus sempre foi contado como sendo do vovô, como falta de paciência, e não por causa des jambes. Mas, pelo visto, les jambes da vovó também só agüentavam as galerias, porque dos museus bastavam os postais, né?
Bjs Valeria
"tudo visto" nos museus sempre foi contado como sendo do vovô, como falta de paciência, e não por causa des jambes. Mas, pelo visto, les jambes da vovó também só agüentavam as galerias, porque dos museus bastavam os postais, né?
Bjs Valeria
É o verdadeiro exemplo da expressão "Jambes Cassées"...
Depois de pagar dois contos de dólar, claro...
Bernardo.
Podemos divulgar aqui a foto da vovo tentando acomodar todos os presentes nas malas, minutos antes do voo partir...
Quer dizer:Vovó Euflásia tem dupla personalidade? Sou mais a de Paris...
Tia Euflásia! Já vi que não lê minhas croniquetas...
ERA segredo, naum eh mais. coitada da sua avó! fica contando segredo dela mariana! que desagradavel! hihihi laura
Bernardo, além de ótimo comentarista vc tb fala francês? Hou lala!
acho q agora abri vantagem
Quem é esse anônimo, que tenta interpretar as croniquetas, buscando ver o que é real e o que não é? Quem é que ainda está preocupado com isso? Ai...
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