Fidel morreu. Pensei em escrever sobre Fidel, mas me lembrei de Papai Noel e o texto desandou. A associação é inevitável. Os dois têm barbas brancas, os dois vivem em terras longínquas e fantasiosas, os dois andam magrelos, Fidel por lamentável doença, Papai Noel porque a coisa tá feia e os modelos mais gordos e bochechudos são caros e cada vez mais raros. Os dois quase não falam, se bem que Papai Noel nunca passou de hohoho, já Fidel, enquanto pôde, torturou os ouvidos do povo por horas e horas, anos e anos, décadas e décadas. Os ouvidos y otras cositas más.
Agora, a coincidência final uniu os dois ainda mais. Fidel se foi quando Papai Noel vem chegando. Fidel se foi enquanto Papai Noel e os duendes embrulhavam presentes, e capitalistas do mundo inteiro corriam pras lojas pra comprar o que podiam e o que não podiam. As coincidências acabam aí. Pra Papai Noel, o Natal vai ser o de sempre, sempre novo, sempre igual. Pra Fidel, evidentemente vai ser muito diferente, talvez azul, cheio de nuvens e anjos, talvez vermelho e quente, cheio de diabinhos, vai saber. Pros inimigos da revolução, não muda nada. Pro pessoal lá da ilha, não sei se o Natal muda muito, não sei se vai ter Papai Noel, mas é certo que não vai ter bicho papão. Fidel morreu. Papai Noel vive. Tchau, Fidel. Vem, Papai Noel.
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