7.12.06
pilastra assul
A mãe não falava nada de espanhol, mas não se convencia. Mesmo com três filhos fluentes na língua, era sempre ela quem se comunicava com os nativos, num sofrível portunhol. Gastou duas horas e vinte minutos pra alugar um carro em Madri, e isso porque a funcionária era muito esforçada e tinha vivido seis meses no Brasil. Afinal, com documentos e chave na mão, disse: vamos, meninos, está na pilastra azul. Chegaram ao estacionamento e não havia nenhuma pilastra dessa cor. Tem que ter, ela repetiu muitas vezes, pilastra assul. Percorreram o longo estacionamento de alto a baixo e nada da tal pilastra. Tudo lá era branco, à exceção dos carros. Finalmente, a mãe resolveu pedir ajuda e, depois de mais uns quarenta minutos, voltou, sorridente: vamos, meninos, nosso astra azul está logo ali.
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19 comentários:
Oi Mariana,
Já entrei,li e gostei!!Muito legal. Sempre que der venho te visitar...Beijoca
Pois é, a minha mãe se parece muito com esta. O pior é que quando era criança e nas poucas vezes que viajamos junto ao exterior (o que é uma constante para o lado feminino da família - europa, ásia e etc - os meninos, quando muito, conseguem uma viagenzinha a Penedo ou coisa que valha) achava ela o máximo, se virando em qualquer situação e em qualquer idioma. Muito mais tarde, já mais experiente, é que fui descobrir que mamãe era mesmo muito enrolada em suas investidas estrangeiras.
Bruno
Oi, Mônica, venha mesmo!
bjs
O mais legal destas histórias é o bom humor, tanto ao contá-las quanto provavelmente ao vivê-las! Valeria
O mais engraçado é imaginar a cena da mãe indo na frente, se achando a gatinha, chave na mão e jogando o cabelinho pro lado: "vamos, meus filhos. O carro está na pilastra azul." Muito bom mesmo!
Ps: Não consigo esquecer o JC confessando o delito na crônica passada. Já são 3 confissões...
Ai que engraçado! Muito boa. Não sei onde a cronista arranja tanta inspiração...
Bruno,Ah! safado!
Interessante notar que a Gui faz um comentário assinado as 14:20, e, em seguida, as 14:21, faz um como anônimo.
interessante um anônimo falando de outro...
Interessante ainda existir anônimos para a dona do Blog...
não existem, mas a dona do blog não perderia uma oportunidade como essa.
Nesta altura, JC está pensando:Não se esconda,Gui, seja homem! A carapuça apertou muito?
Ahahahahahahahaha sensacional esse ultimo comentário do anônimo.
Eu, hein! Não confesso nada, nem sob tortura!
Aliás, confessar o quê?
Isso me lembra uma situação em que chamamos a Beta, sua irmã, para escolher acepipes e ela entendeu que íamos "hacer pipi". Pode? Aposta que é da mesma família...
bjo grande,
Lelê
ps: pai, só consegui publicar como Anônimo, mas me identifico. Não critica, não, tá?
"hacer pipi" e tantas outras sõ clássicas... hahaha
É verdade. Voto por uma série Beta nas croniquetas.
Oh, oh, oh...não começa não! As minhas são impublicáveis!!!
Casalsinho moderno... não só faz pipi juntos, como convidam os outros par fazer também!!
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