Tem quem ache que roupa de grife é que é bom. Vovó, não. Quer dizer, não é que não, que pra Vovó certamente o Gonzalez é uma grife. Aliás, a melhor do mundo. Pra Vovó, não tem quem bata o Gonzalez. Nem Chanel, nem Dior, nem ninguém. Há quanto tempo o Gonzalez existe na vida da Vovó não se sabe. De onde veio, também é mistério. O paradeiro quase nunca é sabido. Entre idas e vindas da Europa, Gonzalez quase mata a Vovó de paixão. É, agora é definitivo, ela diz desconsolada. Vendeu tudo, voltou pra Pontevedra. Agora, só comprando em loja mesmo. Mas o Gonzalez, com saudade da praia, das moças, ou vai ver que da Vovó, sempre volta. Aí, é uma alegria. Vovó corre pra renovar o guarda-roupa. Não me entendam mal, Vovó não é perdulária. Tem o armário recheado de criações do Gonzalez, mas também só veste Gonzalez. Usa até hoje, e com frequência, vestidos de vinte, trinta anos atrás. Esse usei nas minhas bodas de prata, fala com orgulho. Esse foi o do casamento do seu pai. Ainda cabe, se gaba. A Vovó adora provar que mantém a silhueta. Mas o que dá realmente prazer à Vovó, o que ela não deixa nunca de dizer quando alguém elogia o figurino, porque pra ela vale até mais do que o elogio em si, é: foi o Gonzalez quem fez!
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